26/07/2022 às 15h14min - Atualizada em 27/07/2022 às 00h01min
A coluna do idoso: um desafio para o cirurgião
Entender todo o processo que envolve o procedimento faz com que paciente e familiares fiquem tranquilos
SALA DA NOTÍCIA CS Comunicação
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Imagem: Freepik Na década de 1940 a média de idade da população chegava aos 45 anos. Até pouco tempo, a expectativa de vida era mais baixa, mas atualmente as pessoas vivem mais e merecem viver com mais qualidade. Nos dias atuais, a expectativa de vida gira em torno dos 75 anos e é ainda mais elevada para as mulheres, chegando próximo dos 80 anos.
Nos consultórios médicos, cada vez atende-se mais pacientes idosos que estão cheios de vida, expectativas e que desejam manter-se saudáveis e ativos, aproveitando o que a vida tem para lhes oferecer. Não basta mais se contentar em ficar em casa e cuidar dos netinhos, as pessoas querem usufruir das tecnologias, querem passear, viajar e manter uma prática esportiva com os amigos. A cirurgia de coluna no idoso sempre foi um desafio e o médico deve estar atento a diversos aspectos que envolvem o cuidado desses pacientes. Fazer uma avaliação multidisciplinar, contando com o apoio de outros profissionais como geriatra, fisioterapeuta, nutricionista, endocrinologista e profissionais que estejam envolvidos em todo o processo é fundamental. A cirurgia deve ser conversada e esclarecida. Entender todo o processo que envolve o procedimento faz com que paciente e familiares fiquem tranquilos, fazendo com que a melhor opção de tratamento possa ser escolhida. A menor agressividade por meio de cirurgias minimamente invasivas é uma opção promissora para o tratamento do paciente idoso, tendo em vista a evolução da técnica e da tecnologia ao longo do tempo, fato que aumenta a segurança da cirurgia. Vale ressaltar que atualmente existe uma série de procedimentos minimamente invasivos, os quais têm como objetivo comprometer o mínimo possível o corpo, garantindo uma recuperação muito mais rápida e segura. As cirurgias minimamente invasivas são realizadas com cortes muito pequenos e contam com o auxílio da tecnologia e de instrumentos cirúrgicos específicos para que sejam realizadas. Com o objetivo de causar menos agressões ao corpo do paciente, são uma alternativa aos procedimentos convencionais e garantem uma recuperação muito mais rápida. Entre as vantagens das técnicas pouco invasivas estão: - Menos danos aos tecidos do corpo; - Menor sangramento; - Menor risco de infecções no pós-operatório; - Menos dores; - Cortes menores; - Recuperação mais rápida; - Menor tempo de internamento; - Retorno mais rápido à prática esportiva e atividades de lazer. Entre as técnicas minimamente invasivas mais difundidas e seguras está a endoscopia da coluna, cirurgia realizada por vídeo, para tratamento de compressões e hérnias de disco. Além dessa técnica, as artrodeses anteriores com menor agressão e colocação de implantes grandes por meio de cortes pequenos, também têm se mostrado importantes para o tratamento e recuperação do paciente idoso. Hoje em dia, discute-se muito esse tema em congressos médicos. Recentemente, foi falado sobre o assunto no Congresso Sul-Brasileiro de Coluna. A cirurgia nem sempre é a última escolha, e sim uma possibilidade a ser debatida com o paciente. Por isso, vale destacar a importância de buscar atendimento com um especialista no assunto. Autor: Dr. Alynson Larocca Kulcheski (CRM 24934), médico ortopedista do Hospital VITA, é cirurgião de coluna vertebral pela UFPR. Mestre em Cirurgia, consultor de cirurgias minimamente invasivas da coluna, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e membro da Sociedade Brasileira de Coluna Minimamente Invasiva (SBC.MISS).