01/08/2022 às 19h32min - Atualizada em 01/08/2022 às 19h32min
MP aponta que menina Luna foi estuprada no dia da morte em Timbó; mãe e padrasto viram réus
Denúncia já foi recebida pela Justiça e acusados se tornaram réus em ação penal
Marcos Antonio - Marcos Imprensa
NDMAIS
O homicídio da menina Luna, de 11 anos, submetida a intensa violência física, psicológica e sexual, que chocou a comunidade de Timbó, no Médio Vale do Itajaí, teve denúncia apresentada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e aceita pela Justiça. Com isso, os acusados pelos crimes – a mãe e o padrasto da criança – já são formalmente réus em ação penal.
A ação penal, ajuizada pelas Promotorias de Justiça da Comarca de Timbó, relata os crimes que ocorreram até abril de 2022, sempre no interior da residência dos acusados, contra a criança de apenas 11 anos de idade, que estava sob a guarda e autoridade do casal.
Surras com pedaços de mangueiras de jardim
Um relho improvisado com galhos de árvore foi encontrado na casa onde Luna Bonett Silva, de 11 anos, foi morta, em Timbó – Foto: Divulgação/Internet/ND
Um relho improvisado com galhos de árvore foi encontrado na casa onde Luna Bonett Silva, de 11 anos, foi morta, em Timbó – Foto: Divulgação/Internet/ND De acordo com o que foi apurado nas investigações, os acusados, como forma de aplicar castigos à menina, passaram a agredi-la diariamente, impondo-lhe castigos intensos de forma intermitente e em ocasiões diversas, repetidas vezes. Eles violentavam a menina com socos, tapas, golpes com chinelos, surras com pedaços de mangueiras de jardim, entre outros.
Segundo os Promotores de Justiça que assinam a ação, Alexandre Daura Serratine e Tiago Davi Schmitt, a violência física era acompanhada de graves ameaças, sempre visando aterrorizar a criança e reduzi-la, psicologicamente a uma forma desumana.
Além disso, os promotores dizem que os acusados prometiam causar mal se a menina revelasse o comportamento a alguém ou não fosse obediente às vontades dos autores. Impediam, inclusive, a criança de frequentar a escola, temendo que as agressões fossem descobertas.
Laudo apontou que Luna foi estuprada no dia em que morreu
No dia 13 de abril, a violência aplicada foi tamanha, que a menina não resistiu a g
olpes contundentes contra o rosto, a cabeça e o tórax e morreu. O laudo cadavérico demonstrou, ainda, que na ocasião ela foi estuprada, pois evidenciou que havia sido submetida à conjunção carnal.
Reús apagaram memória de seus celulares
Casa onde a menina Luna morava com sua mãe e padrasto – Foto: Daniela Meller/NDTV
Casa onde a menina Luna morava com sua mãe e padrasto – Foto: Daniela Meller/NDTV Destacam os Promotores de Justiça que, após o homicídio,
os réus apagaram a memória de seus celulares e iniciaram a limpeza e reorganização da cena do crime para impedir o descobrimento da verdade. Em depoimento à polícia, a mãe ainda se acusou falsamente, assumindo toda a responsabilidade pela morte da filha, para proteger seu companheiro.
O casal foi acusado pelos crimes de homicídio – qualificado por ter sido praticado por motivo fútil e torpe; com meio cruel; sem possibilidade de defesa; e por se tratar de feminicídio -, estupro de vulnerável, tortura, cárcere privado e fraude processual. A mãe ainda responde por autoacusação falsa.
Ao receber a denúncia, o Juízo da Comarca de Timbó manteve os réus presos preventivamente.
A partir do recebimento, inicia oficialmente o processo penal, no qual os acusados poderão exercer seu amplo direito à defesa e ao contraditório.