11/08/2022 às 10h42min - Atualizada em 14/08/2022 às 00h01min

Varíola dos macacos: o que precisamos saber sobre o vírus?

Dra. Denise Altomar, diretora médica de prontos atendimentos da Unimed-Rio, fala sobre sintomas, diagnóstico e tratamento da doença 

SALA DA NOTÍCIA Juliana Sampaio

Divulgação

Uma nova doença tem despertado a atenção da sociedade médica do mundo todo. No final de julho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou um alerta global em virtude da monkeypox, conhecida como varíola dos macacos. A líder técnica da entidade, Rosamund Lewis, declarou preocupação diante do crescimento de casos no Brasil.  De acordo com o Ministério da Saúde, já são mais de 1.300 casos da doença no país.  

Mas afinal, como é ocorre o contágio da monkeypox? Segundo a dermatologista Denise Altomar, diretora médica de prontos atendimentos da Unimed-Rio, a transmissão acontece de pessoa para pessoa por meio do contato com as lesões de pele, fluidos corporais ou materiais contaminados como roupas, lençóis, e objetos de higiene pessoal compartilhados. “O contágio também pode acontecer por meio de gotículas respiratórias. No entanto, é necessário um contato próximo e/ou prolongado para esse modo de transmissão”, explica. 

A doença, classificada como autolimitada, pode ter duração de duas a quatro semanas, dependendo do caso. A médica alerta que os sintomas surgem nos primeiros três dias após o contágio. “Febre, mal estar, dor de cabeça, dor muscular, náuseas, vômitos, gânglios palpáveis, são alguns dos indícios. Pode haver também tosse e/ou dor de garganta”, diz a Dra. Denise. Ela explica também que, nessa fase, a taxa de transmissão da doença é baixa.  

Já a partir da segunda semana, se estendendo à quarta, começam a surgir as lesões na pele e mucosas, que podem ser localizadas ou disseminadas. As palmas das mãos, plantas dos pés e o rosto são as áreas mais afetadas. “Durante esse período, a taxa de transmissão é alta. Vale ressaltar que, quanto maior o número de lesões de pele ou mucosas, maior a gravidade”, relata a diretora médica de prontos atendimentos da Unimed-Rio.  

Em caso de confirmação ou suspeita, uma medida importante é o isolamento. “Para evitar exposição, é fundamental cobrir as lesões com roupas de manga comprida ou curativos. Outra precaução é evitar tocar e ter contato direto com as lesões e objetos de uso pessoal. Lavar e higienizar as mãos e suspender o uso de lentes de contato no período da doença também são atitudes essenciais”, pontua. Segundo a dermatologista, as lesões costumam ser dolorosas e podem ser usados analgésicos ou anti-inflamatórios, e até opioides, de acordo com a intensidade do sintoma. 

O diagnóstico é suspeitado ao exame clínico e deve ser confirmado por exame laboratorial positivo ou detectável para Monkeypoxvírus (MPXV), por teste molecular (PCR em tempo real ou sequenciamento). A médica explica que devem ser coletadas amostras de material de swab da lesão da pele e amostra de sangue. 

Contato com infectados 

De acordo com a Dra. Denise Altomar, o monitoramento dos indivíduos contactantes deve ser feito por 21 dias após o primeiro contato com o indivíduo contaminado. “Não há necessidade de isolamento dos contactantes assintomáticos. No entanto, eles não devem doar sangue, leite materno, células, tecidos, órgãos ou sêmen durante esse período”.  

Atenção aos animais 

“É importante também observar os animais, especialmente, os mamíferos que tiveram contato com o paciente infectado”, alerta a médica.  

Crianças 

Dra. Denise relata que as recomendações para crianças e adultos são as mesmas. 

Grupos de risco 

“Pacientes imunossuprimidos, oncológicos, em tratamento com medicamentos imunodepressores, com SIDA, têm risco de apresentar a doença de forma mais grave pelo caráter de sua baixa imunidade”, finaliza Dra. Denise. 


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