31/08/2022 às 14h35min - Atualizada em 31/08/2022 às 14h35min

SC tem expectativa de queda no preço do leite e recorde no valor da saca de trigo

Preços recebidos pelos produtores de leite, que foram recordes em agosto, tendem a cair de agora em diante, segundo boletim da Epagri/Cepa

Marcos Antonio - Marcos Imprensa
NDMAIS

A Epagri/Cepa (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) divulgou nesta semana oboletim agropecuário de agosto. Os destaques foram a expectativa de queda no preço pago aos produtores de leite, o recorde no valor da saca de trigo, a alta produtividade do arroz e o bom desempenho das exportações de frango em 2022.

documento é elaborado mensalmente pela órgão estadual com análise das principais cadeias produtivas do agronegócio catarinense.


Em agosto o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou números que mostram que no primeiro semestre de 2022 a quantidade de leite cru adquirida pelas indústrias inspecionadas do Brasil foi 9,1% menor do que no mesmo período de 2021.


Essa expressiva redução de oferta interna é a principal explicação para os preços internos terem aumentado sensivelmente de maio até meados de julho.


Desde então, os preços entraram em queda. Com isso, os preços recebidos pelos produtores, que foram recordes em agosto, tendem a decrescer sensivelmente de agora em diante, segundo boletim da Epagri/Cepa.


As cotações do trigo no mercado catarinense em julho tiveram variação positiva de 2,82%, fechando a média mensal em R$ 107,59 a saca de 60 kg, o maior valor nominal da série histórica publicada pela Epagri/Cepa.





Com o anúncio de uma possível retomada das exportações de trigo da Ucrânia, os preços no mercado internacional recuaram, contudo, permaneceram firmes para a grande maioria dos estados acompanhados.



Os custos de produção dessa safra estão extremamente elevados. Para abril, o preço de nivelamento para lavouras com produtividade média de 3.600 kg/ha estava em R$ 91,44 a saca 60 kg, ou seja, para cobrir os custos de produção, esse é o preço mínimo que o produtor deveria receber por cada saca produzida.

Para produtividade de 4.200 kg/ha, o preço de nivelamento sobe para R$ 100,44 a saca de 60 kg.


Arroz

O encerramento da safra do arroz em Santa Catarina trouxe uma boa notícia: a alta produtividade das lavouras catarinenses. Regiões como Rio do Sul, Ituporanga e Blumenau ultrapassaram a marca de 9 toneladas de produtividade média por hectare. A produtividade média do Estado se aproximou de 8,5 toneladas por hectare.


Com relação aos preços, devem se manter em elevação nos próximos meses, um comportamento típico para a época do ano. A tendência fica clara nos valores praticados entre julho e a primeira quinzena de agosto, quando seguiram firmes.

Frango

Neste ano Santa Catarina exportou 595,09 mil toneladas de carne frango (in natura e industrializada), com receitas de US$ 1,26 bilhão, altas de 2% e 25,7%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado.


Suínos

No que diz respeito aos suínos, Santa Catarina exportou 51,35 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em julho, alta de 1,3% em relação às exportações do mês anterior, mas queda de 3,3% na comparação com as de julho de 2021.

As receitas foram de US$ 123,48 milhões, queda de 0,5% em relação às do mês anterior e de 7,4% na comparação com as de julho de 2021.


No acumulado do ano, o Estado exportou 330,72 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$ 754,63 milhões, quedas de 1,6% em quantidade e de 10% em valor na comparação com o mesmo período de 2021. Santa Catarina respondeu por 57,1% das receitas e 55,6% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

Bovinos

Nas primeiras semanas de agosto, o preço médio do boi gordo em Santa Catarina apresentou pequena alta de 0,2% em relação ao mês anterior, diferente do movimento predominante nacionalmente, que foi de queda. Na comparação entre os preços atuais e os de agosto de 2021, registra-se alta de 1,2% na média estadual.


Já os preços de atacado da carne bovina apresentaram quedas nas primeiras semanas de agosto, em relação ao mês anterior: -2,4% na carne de dianteiro e -1,7% na carne de traseiro. Quando se comparam os valores atuais com os de agosto de 2021, observam-se queda de 0,4% para a carne de dianteiro e alta de 5,7% para a carne de traseiro, com média de 2,6%.

Feijão

O preço médio do feijão-carioca voltou a cair em julho, recuando 10,13% em relação a junho, fechando a média mensal em R$ 265,01 a saca de 60 kg.


Para o feijão-preto, variação negativa de 5,45% no último mês, fechando a média mensal em R$ 179,60 a saca de 60 kg. A expectativa do setor é que o mercado reaja com aumento de consumo, contudo, mesmo com promoções de feijão nas gôndolas dos supermercados, não se observa aumento nas compras por parte dos consumidores.

Nesse momento, quando ainda comercializamos a safra 2021/22 de feijão, a preocupação é que os baixos preços praticados atualmente possam reduzir a intenção de plantio por parte dos produtores para a próxima safra.

Com os preços da soja em alta, muitos produtores poderão aumentar suas áreas de cultivo do grão em detrimento do feijão primeira safra, concentrando seu plantio de feijão na segunda safra, a partir de janeiro de 2023.



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