14/10/2022 às 15h34min - Atualizada em 16/10/2022 às 00h00min

Como resgatar a independência na rotina dos idosos?

Exercícios que relembram os princípios dos movimentos ajudam na alimentação e higiene pessoal

SALA DA NOTÍCIA Maíra Gioia

Divulgação
Quando alguns movimentos essenciais são afetados pelo envelhecimento ou por alguma outra patologia que limita a eficiência nas funções do dia a dia, a Terapia Ocupacional surge como opção para o resgate dessa autonomia. Trabalhando em duas vertentes, a física e a cognitiva, a Terapia Ocupacional ajuda no fortalecimento muscular e das articulações, e no ato do movimento propriamente dito.
Segundo a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, a primeira pergunta a ser feita ao paciente quando ele busca auxílio é: qual atividade da vida diária você está sentindo dificuldade de realizar? “A partir dessa resposta o terapeuta ocupacional pode montar um plano de tratamento, e exercícios, que irá reconstruir a atividade desejada. Geralmente são desejos simples de autonomia como se alimentar sozinho, pentear ou lavar os cabelos e vestir-se. Atividades que estão intrinsicamente ligadas a autonomia da pessoa idosa”, conta a terapeuta.
Syomara explica também que essa falta de eficiência nos movimentos simples se dá por uma dificuldade do idoso de se entender na nova situação corporal, ou seja, no envelhecimento ou na patologia adquirida. “É preciso reconectar a mente com o corpo do paciente. Ele precisa se conhecer novamente, entender como seu corpo está se relacionando com o meio dentro dessa nova condição”. Essa situação de desconexão com o corpo se dá em duas fases da vida, na adolescência, com o estirão característico do crescimento, e na terceira idade, com o envelhecimento do corpo. 
Os exercícios para a autonomia da pessoa idosa são aparentemente simples, eles retomam os aprendizados da infância sobre o movimento desejado. “Quando pequenos, nós aprendemos os movimentos. Nos atendimentos da terapia ocupacional para terceira idade, nós resgatamos a memória pré lesional desse movimento e trazemos a consciência de quanto se perdeu da agilidade e força com o envelhecimento ou patologia. A partir daí damos a chance de o corpo reconstruir um caminho viável para aquele movimento”, explica a terapeuta.
Quanto ao sucesso do tratamento
Uma dúvida frequente sobre o tratamento com a terapia ocupacional é quanto ao sucesso do programa. Sobre essa questão, a terapeuta explica que é preciso ajustar a expectativa de acordo com a condição particular de cada paciente. “Alguns terão que fazer a adaptação do movimento ou equipamentos adaptados para a auto ajuda ou seja, descobrimos uma forma mais viável de realizar aquela ação. Em outros casos, nós fazemos o treinamento do idoso junto com o cuidador, ensinando formas de trazer dignidade e o máximo de independência possível para o idoso. E claro, existem os casos em que é possível reabilitar grande parte do movimento, até aqueles que fazem a reabilitação completa. Muitas vezes somos surpreendidos pelo sucesso do tratamento”.
O mais importante é lembrar que existe um caminho possível de resgate de coisas até então simples, mas que vão se perdendo com o envelhecimento e que podem voltar a serem feitas a partir de um programa eficiente de terapia ocupacional. “Alguns pacientes me procuram dizendo que antes pintavam e agora não conseguem mais, outros que querem recuperar a autonomia para realizar sonhos e projetos que ainda não viveram. A força de vontade do paciente é sempre importante e decisiva para retomar a qualidade de vida e continuar”, finaliza.
 


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