26/01/2023 às 12h03min - Atualizada em 31/01/2023 às 00h01min

Alunos de escola pública de Ensino Médio Integral em São Paulo criam projeto de orientação nutricional e perdem quase 300kg juntos

Segundo o SUS, quase 1,4 milhão de adolescentes sofrem com sobrepeso e obesidade. A iniciativa “Quem Perde Ganha”, que busca acolher e combater esse quadro entre os alunos, faz parte de uma das disciplinas eletivas que o EMI oferece aos estudantes

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Divulgação

Em São Paulo, alunos da rede pública de Ensino Médio Integral da Escola Estadual Professora Irene Branco da Silva desenvolveram um projeto de orientação nutricional para motivar os jovens a cuidarem da saúde e do peso corporal. Juntos, os estudantes perderam aproximadamente 275kg. A proposta 'Quem Perde Ganha', orientada pelas professoras de Educação Física e de Química, Helloanny Malaquias e Danielle Caetano, busca auxiliar os jovens por meio de atividades físicas e alimentação saudável, visando a melhora da autoestima, da saúde física, mental e emocional, assim como das interações sociais e da qualidade de vida. Um alerta divulgado pela Sistema Único de Saúde (SUS) reforçou ainda mais a importância de iniciativas como essas dentre de escolas: até o início de outubro de 2022, quase 1,4 milhão de jovens brasileiros foram diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou obesidade grave. 

O trabalho surgiu dentro de uma eletiva escolar – que faz parte das ferramentas pedagógicas do Ensino Médio Integral (EMI) – e ganhou força com a participação dos alunos. “Nós começamos falando sobre a alimentação no geral e a importância do seu uso de forma consciente e saudável. Em seguida, trouxemos vídeos sobre algumas situações de risco, como válvulas de escape, compulsão alimentar e efeitos negativos do açúcar, do refrigerante e dos alimentos industrializados para o organismo. Depois, observando o envolvimento dos estudantes e o interesse pelo tema, decidimos criar algo mais palpável e que permitisse a vivência prática dos aprendizados como uma equipe, sem pressão individual", conta Helloany, uma das mentoras do projeto. 

Contando com o acompanhamento da professora Danielle, que cuidava dos gráficos e das metas, e da professora Helloany, que era responsável pela parte prática, os estudantes aprendiam os conceitos e realizavam as atividades em uma área de lazer próxima à escola, chamada Parque Linear Tiquatira. Neste espaço, os jovens tinham acesso a pistas de corrida para treinamento, escadões, campo de futebol, quadras e também às áreas de convivência ao ar livre.  

Mudança de vida 

Mateus Santos, de 17 anos, aluno protagonista do EMI e que participou ativamente do projeto, reforça o papel transformador que a iniciativa teve em sua vida. Para o jovem, seria incrível se todas as escolas tivessem a oportunidade de aplicar o conceito do trabalho em suas atividades curriculares. "Além de estudarmos muito sobre os alimentos e educação alimentar, nós também fomos estimulados a praticar exercícios físicos, colocando em prática todo conhecimento adquirido. Para mim, foi uma experiência excelente, da qual tirei ensinamentos que hoje continuo aplicando no meu dia a dia, especialmente sobre a importância das refeições, das proteínas, dos carboidratos, da frutose, etc.", relata. 

Para a estudante Isabela Cristina, também envolvida no “Quem Perde Ganha”, a ação impactou diretamente e positivamente o público mais jovem. "Todo o processo do trabalho foi pensando em nós, alunos e adolescentes que, muitas vezes, desejamos mudar nossos corpos, mas agora de uma forma saudável e didática. Para isso, as professoras nos passavam informações de como fazer exercícios em casa, de maneira rápida e prática, coisa de 10 a 20 minutos por dia. Além das orientações nutricionais básicas, por exemplo, de trocar os doces colocando algum alimento mais saudável na nossa alimentação, e do acompanhamento das mudanças corporais e de hábitos rotineiros", explica a aluna.  

O projeto focou principalmente em engajar estudantes que estivessem com o mesmo objetivo, agregando aulas práticas e teóricas. Segundo Mariana de Jesus, aluna de 15 anos que colabora com o trabalho, um dos principais resultados da eletiva foram os alunos se sentirem mais seguros consigo mesmos e mais adeptos a praticarem esportes em conjunto com outros colegas. "Por conta de preguiça e falta de disciplina, eu quase nunca praticava esportes. Nesse ponto, a iniciativa foi super importante para mim, pois uma das propostas era que fizéssemos atividades físicas na quadra da escola. Nós criamos um grupo só dos alunos e marcávamos de ir correr. Até colegas que não eram da eletiva participavam", relata.  

 

Ao incentivar entre os estudantes a busca por uma vida mais saudável e a importância da conquista em equipe, o trabalho alcança também o protagonismo juvenil, trazendo para dentro do ambiente escolar a possibilidade de cada jovem trabalhar a sua realidade, sem esquecer do coletivo.   

Sobre o Ensino Médio Integral   

O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica multidimensional e moderna, nacional, pública e gratuita. A partir de um modelo de ensino que se conecta à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas e socioemocionais, propõe a formação integral dos estudantes. Trabalha pilares como projeto de vida, aprendizado na prática, tutoria, protagonismo juvenil, acolhimento, orientação de estudos e eletivas, que promovem a formação completa do estudante, junto aos componentes curriculares já previstos na BNCC. Está presente em cerca de 4.301 escolas em todo o país, beneficiando quase 1 milhão de estudantes.  

 


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