Importunação sexual pode causar danos cerebrais na vítima, alertam especialistas

A importunação sexual, que ocorre quando uma pessoa toca ou pratica atos libidinosos envolvendo outra pessoa sem o consentimento dela, acontece com frequência e deve ser combatida, mas você sabia que mulheres assediadas correm o risco de desenvolver dano cerebral?

Segundo uma pesquisa na Universidade de Pittsburgh, esses danos podem ser associados com a depressão, estresse debilitante e distúrbio do sono. Além disso, as consequências podem ser vistas até mesmo na saúde física, com sintomas de pressão alta e doenças renais.
A autora do estudo, Rebecca Thurston, explica que esses traumas podem ser desencadeados em qualquer momento da vida, tanto na infância como na fase adulta.

Cristina Pereira é psicanalista com especialização em terapia sexual e comportamental, e explica que casos de assédio ou abuso sexual interferem nas áreas emocionais do cérebro.

“As mulheres ou até mesmo os homens que venham a sofrer o abuso podem ter consequências desastrosas, que incluem também o transtorno de estresse pós-traumático.”

A psicanalista esclarece que esses casos dificultam as relações afetivas e sexuais. “Podem causar também disfunções sexuais, assim como: anorgasmia, disfunção erétil, diminuição do desejo, entre outros.”

Importunação sexual é crime

Desde setembro de 2018, importunação sexual é considerado crime no Brasil. Segundo o Código Penal, o ato de se satisfazer sem o consentimento do outro é considerado ato libidinoso e pode resultar de 1 a 5 anos de prisão.

Casos em Santa Catarina

Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, um médico de 47 anos foi preso por suspeitas de abusos e importunação sexual de mulheres. Em dezembro de 2020, ele teria apalpado os seios e as partes íntimas de uma jovem de 19 anos, no Hospital Governador Celso Ramos. O caso ocorre em segredo de justiça.

Já em Jaraguá do Sul, região Norte do Estado, uma mulher de 27 anos foi vítima de importunação sexual quando estava dentro do ônibus, dormiu e acordou com um homem apalpando suas coxas. O homem negou ter tocado a vítima, que alegou que, após o constrangimento, ele fingiu  estar dormindo.