21/03/2023 às 14h19min - Atualizada em 22/03/2023 às 00h01min

Síndrome de Down: inclusão educacional requer adaptações de estrutura e de profissionais

Assinalada no calendário mundial pela ONU, data dedicada à condição genética da trissomia do cromossomo 21 propõe dar visibilidade à busca por oportunidades mais igualitárias

SALA DA NOTÍCIA Kasane Comunicação Corporativa

Orientadora educacional do Colégio Integrado (Goiânia), Lara Cristina Teodoro
Celebrado no dia 21 de março, o Dia Internacional da Síndrome de Down faz referência à data proposta pelo Brasil e aprovada, por consenso, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011. O objetivo da celebração é colocar em evidência a busca por direitos mais igualitários, inclusão e bem-estar dos indivíduos com Síndrome de Down, em todas as esferas sociais. Além disso, conscientizar a sociedade sobre a necessidade de oportunidades educacionais equânimes, as quais somente serão alcançadas com instituições de ensino melhor preparadas para o acolhimento das pessoas com a síndrome, tanto em estrutura quanto em formação de profissionais.

Para a orientadora educacional do Colégio Integrado, Lara Cristina Teodoro, não apenas a comunidade escolar, mas a população, de modo geral, precisa ser instruída em relação à pessoa com Síndrome Down. “Independentemente das dificuldades, o indivíduo precisa ser inserido por completo na escola e no mercado trabalho, levando em consideração sua capacidade de locomoção e apreensão do conhecimento e nós precisamos trazer essas pessoas para mais perto da realidade dos nossos estudantes com Síndrome de Down e de suas limitações, para que entendam seus papeis de ajudar, acolher e instruir”, avalia.

Estima-se que uma em cada 700 crianças nascidas vivas no Brasil possuem essa condição genética, caracterizada pela presença de três cromossomos no par 21, fazendo com que a pessoa nasça com 47 cromossomos presentes no núcleo das suas células, ao invés de 46. Os indivíduos com a trissomia do cromossomo 21, como também é chamada, apresentam características físicas como rosto arredondado, olhos amendoados, deficiência intelectual – que pode variar –, cardiopatia congênita, dentre outras. Algumas dessas características é que vão determinar o grau e a necessidade de apoio nos espaços frequentados por essas pessoas.

Adaptações

Lara Cristina Teodoro explica que é possível que alguns tenham, por exemplo, dificuldade de subir as escadas, por terem medo da perna não alcançar os degraus. “Então, a escola precisa pensar, primeiramente, no bem-estar do estudante, o que inclui a necessidade de se preocupar com a sua mobilidade dentro da instituição. Assim, são necessárias todas as sinalizações para que o aluno consiga se locomover com a maior tranquilidade possível”, propõe. Contudo, para além disso, ela revela que é importante levar para a rotina desses estudantes a superação dos desafios – uma vez que a estrutura está adequada –, como subir e descer escadas até que o ato se torne algo natural.

Nesse aspecto, faz-se essencial a presença dos profissionais de apoio. “Com um professor fornecendo esse suporte, nós temos uma visão melhor do que é necessário na atuação da escola junto ao estudante que possui a condição genética, se é preciso manter ou mudar algo de sua rotina”, esclarece. É também esse profissional que faz a adaptação do material modular – que são as tarefas e matérias aplicadas em sala de aula – assim como das provas, de acordo com as especificidades de cada um. “É fundamental entender que a inclusão não é só trazer o aluno para conviver ou para fazer parte da convivência escolar. O estudante precisa estar totalmente inserido no processo, para que ele possa se sentir no mesmo ritmo de todos”, arremata.

 


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