21/09/2023 às 15h50min - Atualizada em 22/09/2023 às 00h02min

'Maior vitória desde quando o não-indígena tomou as terras', diz líder de povo Xokleng, origem da votação do marco temporal

Seis dos 11 ministros já votaram para invalidar a tese que poderia limitar demarcações. É uma vitória dos indígenas, que comemoram decisão do lado de fora do STF.

G1 SC
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Seis dos 11 ministros já votaram para invalidar a tese que poderia limitar demarcações. É uma vitória dos indígenas, que comemoram decisão do lado de fora do STF. Indígenas acompanham o julgamento no STF sobre o marco temporal.
Ueslei Marcelino/Reuters
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (21) para derrubar a aplicação do chamado marco temporal na demarcação de terras indígenas do país. Na prática, a Corte está recusando o recurso sobre a reintegração de posse solicitada pelo Instituto do Meio a Ambiente de Santa Catarina (IMA) contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e indígenas do povo Xokleng no estado.
A disputa envolvia a Terra Ibirama-Laklãnõ e a área da Reserva Biológica do Sassafrás. Presidente do território epicentro da discussão, Tucun Gakran afirma que a decisão uma vitória histórica para o estado. Ele acompanha a decisão de Brasília.
'É a maior vitória dos indígenas desde quando o não-indígena tomou as terras dos povos indígenas", afirmou.
Indígenas Xokleng comemoram a formação de maioria no STF para derrubar o marco temporal, em Brasília
Reuters/Ueslei Marcelino
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Seis dos 11 ministros já votaram para invalidar a tese até esta quinta. É uma vitória dos indígenas, que se mobilizaram para acompanhar o julgamento no Distrito Federal.
Para o líder de uma de uma das 11 aldeias que integram a terra no Oeste catarinense, Lazaro Kalmem, a decisão também traz alívio e felicidade, já que é uma "vitória da nação, natureza e do Brasil".
"Estamos aliviados. Isso traz alegria e ao mesmo tempo traz uma grande tristeza, pois estamos tendo o privilégio de ver esse momento, mas muitos guerreiros e caciques não conseguiram. Mas se cumpriu a profecia dos guerreiros", disse.
Em nota, o governo de Santa Catarina disse que aguardará os próximos passos jurídicos d caso, como o acórdão, para decidir situação das terras contestadas.
"O Tribunal formou maioria pelo afastamento do marco temporal de 5 de outubro de 1988, mas aparentemente houve dispersão de votos quanto a outros pontos fundamentais da decisão, relativos a indenizações e substituição de áreas já consolidadas, por outras", informou o governo.
Indígenas Xokleng comemoram a formação de maioria no STF para derrubar o marco temporal, em Brasília
Reuters/Ueslei Marcelino
A decisão impacta outros grupos originários do país já que, segundo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 226 processos suspensos nas instâncias inferiores do Judiciário, aguardando uma definição sobre o tema.
A tese derrubada afirmava que os indígenas só tinham direito às terras que já eram ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, por isso, os povos indígenas eram contrários.
Indígenas comemoram derrubada do marco temporal em Brasília
Votaram contra a tese:
Luiz Edson Fachin (relator);
Alexandre de Moraes;
Luís Roberto Barroso;
Cármen Lúcia;
Cristiano Zanin;
Dias Toffoli;
Luiz Fux.
A favor da tese:
André Mendonça;
Nunes Marques.
Ainda faltam votar o decano Gilmar Mendes e a presidente da Corte, Rosa Weber.
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Fonte: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2023/09/21/maior-vitoria-desde-quando-o-nao-indigena-tomou-as-terras-diz-lider-de-povo-epicentro-de-marco-temporal.ghtml


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