O coordenador do curso de Medicina da UniSul, integrante do Ecossistema Ânima Educação, Rodrigo Dias Nunes, encontra-se na África, onde participa de uma missão humanitária junto com a ONG “Sementes da Saúde”. O docente e um grupo de estudantes e profissionais trabalham colaborativamente para levar saúde para comunidades por meio de missões voluntárias. Durante 15 dias, entre serviços clínicos, odontológicos e procedimentos cirúrgicos, cerca de 24 voluntários fizeram mais de 5 mil atendimentos.
A ideia do professor, membro da diretoria da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (SOGISC), membro da Comissão Especializada Profissional de Urgências Obstétricas da FEBRASGO e membro do Comitê de Ginecologia e Obstetrícia da UNIMED Grande Florianópolis, é que a partir dessa experiência, seja possível ampliar as ações desenvolvidas pelo curso dentro do projeto “Gente UniSul”, conseguindo levar alunos e docentes em missões voluntárias em prol da saúde em todo o mundo.
“Nos cursos de saúde da UniSul temos um compromisso com o atendimento à população. O profissional da área da saúde tem como missão fazer com que todos tenham acesso à saúde de qualidade, não importa onde essas pessoas estejam. Essa experiência foi um divisor de águas e acredito que os alunos, outros docentes e a instituição como um todo possa colaborar muito com as missões da Sementes da Saúde”, destaca o coordenador.
A saúde no continente sempre foi uma preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a situação se intensificou durante a pandemia. Segundo relatório publicado em maio de 2021, pela revista The Lancet, a falta de recursos de terapia intensiva, a escassez de recursos hospitalares e a falta de profissionais da saúde especializados, são fatores que colaboraram para que a África tenha uma alta taxa de mortalidade associada a casos graves de Covid-19, em comparação com outras partes do mundo. A pesquisa acompanhou 3140 dos 3752 pacientes que, entre maio e dezembro de 2020, deram entrada em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em 64 hospitais do continente, distribuídos entre dez países: Egito, Etiópia, Gana, Quênia, Líbia, Malaui, Moçambique, Níger, Nigéria e África do Sul. Segundo o documento, intitulado Estudo Africano de Resultados de Cuidados Críticos contra Covid-19 (ACCCOS), após 30 dias de tratamento, quase metade (48,2%) dos pacientes havia morrido, e em outros continentes, essa média é de 31,5%, aproximadamente.
O professor Rodrigo Dias conta que a experiência de trabalhar humanitariamente foi uma conquista pessoal e profissional. “Acredito que todo estudante de medicina deva, uma vez na vida, exercer sua função de cidadão e ajudar populações que não possuem assistência pública de saúde”. O coordenador ainda reforça que o objetivo da missão como um todo é levar atendimento de saúde para quem não tem esse acesso, para que desta forma seja possível colaborar e ajudar a reverter o cenário negativo que algumas comunidades estão inseridas. “O direito à saúde é universal e não um privilégio. Vamos, juntos, lutar para que todos sejam contemplados com esse direito”, reforça.
Projeto Gente UniSul
O “Gente UniSul”, como é chamado o projeto desenvolvido dentro do curso de Medicina da instituição, começou a ser desenvolvido em 2021, atuando em diversas frentes de trabalho como populações vulneráveis, carcerárias, comunidades indígenas e ribeirinhas, além da expansão para outros estados e para o continente africano. A iniciativa leva atendimento a comunidades locais que se encontram em situação de extrema pobreza e que não têm acesso a saúde pública de qualidade. O projeto está em fase embrionária e já atendeu mais de 500 pessoas na região da grande Florianópolis. Podem participar do “Gente UniSul”, alunos a partir do primeiro semestre do curso de medicina. A ideia é que o projeto seja ampliado e alunos dos cursos de Enfermagem e Odontologia também possam participar.
“Quem conseguir participar desta experiência, certamente conseguirá ter uma visão muito mais abrangente e humana sobre a importância da profissão que escolheu. Tenho certeza que será um divisor de águas tanto pessoal, quanto profissionalmente”, finaliza o professor.