10/01/2022 às 14h57min - Atualizada em 11/01/2022 às 11h32min

Ensino a distância na saúde: perspectiva positiva para igualdade e melhores salários

Deisi Cristine Forlin Benedet (*)

SALA DA NOTÍCIA Deisi Cristine Forlin Benedet

Laboratório modelo de práticas presenciais dos cursos de saúde em EAD da Uninter

A Constituição Federal traz a educação como um direito de todos, entretanto, em um país marcado pela expressiva desigualdade social, agravada pelos encaminhamentos da pandemia da Covid-19, em que mais de 50% da população sobrevive com menos de um salário-mínimo, como garantir o acesso à educação?  

 

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) revelam que a renda média de indivíduos com ensino superior chega ser 152% maior quando comparada a profissionais que têm apenas o nível médio. Isso impacta no incremento da remuneração, logo, na ampliação de acessos que se refletem nas relações sociais e qualidade de vida.

 

Nessa perspectiva, ampliar o acesso à educação superior de qualidade vai ao encontro do alcance de metas pactuadas nacional e internacionalmente, como as do Plano Nacional de Educação (PNE) para elevação das taxas de matrícula na educação superior da população de 18 e 24 anos, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que permeiam a erradicação da pobreza, proteção ambiental e climática, e o estabelecimento da paz e prosperidade.

 

É inegável a presença de atividades na modalidade a distância em nosso cotidiano, como o teletrabalho (Home office) e a telemedicina, que já vinham num crescente e foram aceleradas com a pandemia da Covid-19. Alinhado a essa perspectiva, dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) apontam um crescimento de 59% na busca por cursos de ensino a distância entre os anos 2020 e 2021 quando comparados com os anos anteriores, estimam ainda que que em 2022 a modalidade EAD deve ultrapassar o ensino presencial.

 

Com a necessidade de adaptação abrupta dos sistemas de ensino devido a pandemia, o que se observou no ensino superior, decorrente da necessidade de adaptação pelas condições de isolamento social, foi, em muitas instituições de ensino superior, a inclusão do ensino remoto emergencial, que sem um treinamento pedagógico e tecnológico adequados, tanto para docentes quanto para discentes, bem como o levantamento do acesso a essas tecnologias pelos alunos, resultou em experiências por vezes frustradas.

 

Vale ressaltar a importância do estabelecimento de diretrizes norteadoras como definições de atribuição da carga horária de cada conteúdo ou atividade realizada remotamente, de como será a mensuração do aprendizado discente, quanto a quais estratégias podem ser utilizadas para manutenção da interação professor – aluno, que no caso dos cursos configurados para acontecerem na modalidade EAD, devido ao prévio planejamento, pressupõe-se a superação dessas dificuldades.

 

Autores destacam a potencialidade das atividades a distância, quanto a conectividade e reforço as habilidades tecnológicas, cada vez mais presentes na profissão. Devido ao fomento do protagonismo do aluno, favorece sua autonomia e busca pelo conhecimento. E pela maior facilidade de acesso, com otimização do tempo para deslocamentos, apresenta uma característica democratizadora, favorecendo a minimização de iniquidades, oportunizando uma formação em nível superior a indivíduos distantes dos grandes centros urbanos ou com dificuldades de tempo para cumprir a carga horária de forma presencial.

 

Qualquer tentativa contrária a evolução do ensino a distância pode ser chamada de retrocesso, pois afetará a possibilidade de acesso a formação profissional e uma remuneração melhor. A flexibilidade e o acesso proporcionado pelos cursos de graduação à distância favorecem a democratização do estudo enquanto um direito do cidadão.

 

*Deisi Cristine Forlin Benedet é enfermeira, especialista em Enfermagem Ginecológica e Obstétrica, Doutora em Enfermagem, Tutora e Coordenadora dos cursos de Enfermagem e Técnico em Enfermagem na modalidade EAD com metodologia semipresencial do Centro Universitário Internacional Uninter.


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