17/01/2022 às 16h43min - Atualizada em 18/01/2022 às 00h00min

Privatizar a Nuclebras? Calma lá, Paulo Guedes

Artigo do jornalista e analista Eduardo Negrão

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Antes de mais nada é preciso deixar bem claro que somos liberais e, portanto, totalmente favoráveis às privatizações. Petrobrás, Eletrobrás, Correios pelo menos um dos bancos estatais federais (Banco do Brasil ou CEF) e suas dezenas de subsidiárias que nada mais são que cabides de empregos para afilhados políticos.

Então temos que privatizar tudo? Sim tudo que não for estratégico – mas energia nuclear é. Porque parte do know-how acumulado pela Nuclebrás (NUCLEP) pode ter uso militar e ser fundamental para defesa da nossa soberania. É assim em todo mundo na Rússia, China, Indía, no Irã e no até no ultraliberal Israel quando se fala de energia nuclear o controle é estatal.

O Brasil, hoje, ainda não fabrica armamento nuclear,  mas pode vir a fazê-lo no futuro por vontade própria ou por força da conjuntura regional. Ontem mesmo um diplomata russo declarou a CNN em Viena que se não houvesse acordo com a OTAN referente à Ucrânia talvez eles aumentassem sensivelmente a presença de tropas russas na Venezuela, a China já tem uma base militar na Patagônia, extremo sul da Argentina.

Nesse momento que grandes potências começam se avizinhar do Brasil de forma hostil, ignorando tratados da OEA (Organização dos Estados Americanos), uma ogiva nuclear tem um poder de dissuasão imenso.


NUCLEBRÁS TEM SUPERAVIT RECORDE!

Outro forte apelo para privatizações são os sucessivos déficits anuais que pesam no orçamento da União – algo recorrente nos Correios e na Eletrobrás apesar de ambas terem o monopólio em suas áreas. Porém a Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP) novamente aqui é exceção – a estatal encerrou suas atividades orçamentárias no ano de 2021 com R$ 7,2 milhões em caixa. O faturamento da companhia no ano foi de R$ 37,8 milhões com um viés de superávit, pela primeira vez na história da NUCLEP, de cerca de R$ 105 mil.

Mesmo com os desafios impostos pela pandemia em 2021, o resultado orçamentário deixou evidente o esforço dessa gestão e de todos por uma NUCLEP em ascensão”, disse o Gerente Geral de Planejamento e Finanças, Genildo Rodrigues de Araújo.

O executivo disse ainda que todas as despesas e investimentos da companhia foram executados, conforme planejamento. “Encerramos a execução junto ao Ministério de Minas e Energia ratificando a integração e sinergia de todos os setores da Nuclep por um 2022 ainda mais bem sucedido”, finalizou.

O presidente da NUCLEP, Carlos Seixas, também se mostrou otimista em relação a este novo ano em termos de negócios. “As perspectivas para 2022, no meu entendimento, são excelentes.  Continuamos a fabricar para o Programa de Submarinos da Marinha, a seção chamada de BLOCO 40, para o protótipo do primeiro Submarino de Propulsão Nuclear do Brasil (SN-BR)”, disse. 

Como única empresa nacional capacitada a fabricação e manutenção de equipamentos nucleares no Brasil, temos uma perspectiva atraente e robusta, de assinarmos dois contratos muito importantes para a Eletronuclear
, finalizou o contra-almirante Seixas.


Eduardo Negrão é jornalista


 


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