21/01/2022 às 15h20min - Atualizada em 22/01/2022 às 00h00min
Projeto Sentinela aponta 34% de positividade para Covid-19 em pessoas sem sintomas
Segundo o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade São Judas, é preciso avançar com a vacinação
SALA DA NOTÍCIA Erick Nogueira
Em Cubatão, o Programa Sentinela, de testagem semanal da população desenvolvido por professores e alunos do curso de Medicina da Universidade São Judas, aponta que 34% dos testados deram positivo para Covid-19 e estavam sem sintomas no primeiro mês de 2022. Em julho de 2021, quando a ação teve início, o índice de positividade era de 0,62%, ou seja, menos de 1%. A pesquisa também foi apresentada no XXII Congresso Brasileiro de Infectologia realizado em Goiás, em dezembro de 2021. Segundo Evaldo Stanislau, infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade São Judas, responsável pelo Sentinela e integrante do Comitê Municipal Covid-19, esses casos positivos são pessoas que estavam nas ruas, fazendo suas atividades cotidianas. “Isso mostra a explosão muito impressionante do número de infectados pela variante Ômicron. Esse dado aponta que tem muita gente circulando e espalhando o vírus”. Diante da constatação, o especialista aponta os caminhos daqui para a frente na pandemia. “O que temos que fazer agora é: diagnosticar mais, fazer adequadamente a quarentena dos infectados e avançar na vacinação, para que a gente não tenha impacto ou consequências clínicas da Covid-19”. Sentinela – Pioneiro no País, o Programa de Testagem Sentinela é realizado desde julho do ano passado em Cubatão e consiste numa série de testes aplicados com o objetivo de medir o nível de presença do novo coronavírus entre a população assintomática, gerando indicadores que auxiliem na tomada de decisões no enfrentamento à Covid-19 no município. O programa é uma iniciativa do curso de Medicina da Universidade São Judas em Cubatão, em parceria com Secretaria de Saúde e apoio do laboratório Abbott, que fez a doação dos kits de exames. São 262 testes do tipo antígeno realizados por semana ao longo de 24 semanas em todos os bairros da cidade, de forma proporcional à população de cada um. O número segue o protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS) de dois testes a cada mil habitantes por semana. São cinco equipes formadas por integrantes da secretaria e cerca de 40 alunos e profissionais do curso de Medicina. Os casos detectados são monitorados e encaminhados para atendimento na rede municipal de Saúde, com rastreamento dos contatos para impedir surtos e o alastramento do vírus. Além do próprio teste, realizado em pessoas assintomáticas, as equipes coletam dados clínicos e epidemiológicos com o objetivo de gerar um retrato da semana. Os dados são transmitidos a um banco de dados com georreferenciamento, permitindo ao Comitê Estratégico Municipal Covid-19 e à Secretaria de Saúde agir em todo o município ou tomar medidas localizadas de acordo com a incidência do vírus em cada região.