26/01/2022 às 15h29min - Atualizada em 27/01/2022 às 00h01min

5 dicas para sua startup receber investimento de uma corporate venture em 2022

Aportes feitos em startups brasileiras entre os meses de janeiro e novembro somam US$ 662,1 milhões

SALA DA NOTÍCIA Natália Peixoto

 

O ano de 2021 registrou recorde no investimento em startups no Brasil e um forte interesse e esforço das empresas em comprar participações ou adquirir novos negócios em crescimento. Dados do Distrito Dataminer mostram que o volume de aportes em startups brasileiras feitos entre janeiro e novembro foi de US$ 8,85 bilhões, mais de três vezes o total investido no ano anterior. Falando especificamente dos investimentos feitos pelas Corporate Ventures, o volume total investido foi de US$ 662,1 milhões. 

 

Para uma empresa, investir em startups é bem diferente do que investir em um fundo tradicional. Além da rentabilidade com a expectativa de venda futura do negócio a outra organização, esse tipo de investimento abre outras frentes, como entender o processo de transformação digital, fusão das atividades, parceria estratégica e aumento do patrimônio líquido. Ou seja, o retorno financeiro, por si só, não é o único prisma da operação.

 

“Se pensarmos que a chance de uma startup virar um unicórnio é abaixo de 1% e que o grande interesse de investidores e empreendedores é desenvolver negócios que possam ser vendidos rapidamente para outros, a aproximação com fundos de investimento e iniciativas ligadas a empresas pode ser bem mais interessante que um fundo de venture capital tradicional”, explica João Gabriel Chebante, especialista em "Corporate Venture" do Grupo FCamara, consultoria de soluções tecnológicas e transformação digital.

 

Para as startups que almejam ter investidores, João aponta 5 dicas que facilitam esse processo e ajudam a chamar a atenção de programas de Corporate Venture. Confira:

 

1. Estude o mercado de atuação da empresa por trás do programa de Corporate Venture

Por mais que a tese de investimento de Corporate Venture possa ser aberta, e por isso não ligada ao negócio principal da empresa, o momento do Corporate Venture no país ainda é muito inicial. Logo, dificilmente as empresas olharão neste primeiro momento para setores da economia além dos seus domínios. “É importante que a empresa esteja em sintonia com o que o mercado espera dela, trazendo inovações que atraiam o interesse de grandes companhias", reforça Chebante. 

 

2. Conheça a tese de investimento e as sinergias com o seu negócio

Como dito acima, em boa parte das situações e por causa da maturação ainda inicial das empresas com o ecossistema de inovação, elas irão procurar startups que estejam diretamente atreladas aos negócios principais delas, complementando-as ou gerando novas linhas de receitas. “Neste sentido, é um excelente exercício compreender como você pode agregar valor no relacionamento com a empresa que almeja como sua investidora, para que haja rápido diálogo e interesse”, explica o executivo.

 

3. Tenha um plano de negócio sucinto e claro

As startups, especialmente em estágios iniciais de desenvolvimento, podem sofrer correções e mudanças à medida que escolhas são feitas e os negócios se adaptam ao macro/microambiente. Por isso, alterações também podem acontecer no aspecto dos investimentos. É importante ter um plano que diga onde os recursos serão alocados, por que e como o negócio vai crescer, além das principais métricas atuais e potenciais de crescimento. “O trabalho de um gestor em Corporate Venture é basicamente analisar planos de negócios a partir de uma estratégia que querem seguir como tese para investimentos. Quanto mais objetivos e claros esses planos forem, melhor”, recomenda Chebante.

 

4. Lembre-se da importância e relevâncias das pessoas

“Um dos principais gestores de Venture Capital do país adora lembrar aos seus alunos que investir em startups é sempre um jogo sobre pessoas. Mesmo que seja um aporte em negócios em estágio avançado, a avaliação sobre as pessoas envolvidas no projeto terá um peso grande no processo,” garante o especialista. “No caso de um projeto que esteja nos primeiros estágios, esse requisito talvez seja o único ou até mesmo o critério decisivo para o aporte acontecer ou não”, complementa. 

 

5. O fim precisa ser mais interessante que o começo

Quando uma startup é analisada, outro aspecto que o investidor, seja ele capitalista ou dentro de uma corporação, está avaliando é onde existem oportunidades naquele negócio de monetização em médio prazo, ou seja, de venda ou alienação via fusão ou aquisição. O gestor de Corporate Venture analisa a potencial fusão e identifica se há correlação com a expansão da organização-mãe, com novas fontes de receitas, fonte de receita com produtos, serviços, geografias, novos públicos, etc. “Se o empreendedor puder, ao longo da sua jornada, comunicar didaticamente ao investidor a jornada e as oportunidades de saída do negócio, tornará o relacionamento mais fácil e o investimento mais sólido”, finaliza Chebante. 

 

Sobre o Grupo FCamara 

Considerada a maior empresa de serviços para ECommerce da América Latina, a FCamara é uma consultoria de TI para resultados em negócios, que promove transformação digital ao prover múltiplas soluções tecnológicas, com atuação nos principais players do mercado de saúde, educação, indústrias, entre outros. Após imersão no Vale do Silício, fundou a Orange Ventures, sua própria Venture Builder, que já lançou diversas startups com foco B2B. Saiba mais: www.fcamara.com.br/


 


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